O SAD detectou 95 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal em dezembro de 2014. Isso representou um aumento de 70% em relação a dezembro de 2013 quando o desmatamento somou 56 quilômetros quadrados. Foi possível monitorar 60% da área florestal na Amazônia Legal enquanto que em dezembro de 2013 o monitoramento cobriu uma área menor (41%) do território.
Em dezembro de 2014, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (52%) e Pará (27%), com menor ocorrência em Roraima (12%) e Rondônia (9%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 110 quilômetros quadrados em dezembro de 2014. Em relação a dezembro de 2013 houve um aumento de 244%, quando a degradação florestal somou 32 quilômetros quadrados.
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativo do solo) atingiu 95 quilômetros quadrados em dezembro de 2014 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2013 a dezembro de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal em dezembro de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Em dezembro de 2014, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (52%) e Pará (27%), com menor ocorrência em Roraima (12%) e Rondônia (9%) (Figura 3).
O desmatamento acumulado no período de agosto a dezembro de 2014, correspondendo aos cinco primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 1.373 quilômetros quadrados. Houve aumento de 224% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2013 a dezembro de 2013) quando atingiu 424 quilômetros quadrados.
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em dezembro de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando os cinco primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2014 a dezembro de 2014), o Pará lidera o ranking com 27% do total desmatado no período. Em seguida aparece Mato Grosso (26%) e Rondônia (24%). Em termos relativos, houve aumento expressivo de 604% em Mato Grosso e 550% em Roraima.
Em termos absolutos, o Pará lidera o ranking do desmatamento acumulado com 369 quilômetros quadrados, seguido por Mato Grosso (362 quilômetros quadrados) e Rondônia (334 quilômetros quadrados) (Tabela 1).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2013 a dezembro de 2013 e agosto de 2014 a dezembro de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em dezembro de 2014, o SAD registrou 110 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a maioria (51%) ocorreu no Mato Grosso e Pará (47%), seguido por Rondônia (2%).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2013 a dezembro de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2013 a dezembro de 2013 e agosto de 2014 a dezembro de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em dezembro de 2014, a maioria (82%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (18%). Não houve detecção de desmatamento em Unidades de Conservação e Terras Indígenas (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em dezembro de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
O SAD registrou 17 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em dezembro de 2014 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PDS Liberdade (Pacajá, Pará), Pa Ajarani (Iracema, Roraima) e PA Japuranoman (Nova Bandeirantes, Mato Grosso).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária mais desmatados em dezembro de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Em dezembro de 2014, os municípios mais desmatados foram: Feliz Natal (Mato Grosso) e Portel (Pará) (Figura 6 e 7).
Figura 6. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em dezembro de 2014 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 7. Municípios com maiores áreas desmatadas em dezembro de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).
Em dezembro de 2014, foi possível monitorar com o SAD 60% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 40% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (83%) e Acre (75%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em dezembro de 2014 podem estar subestimados (Figura 8).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 8. Área com nuvem e sombra em dezembro de 2014 na Amazônia Legal.
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua a mesma do SAD 2.0 como descrito abaixo.
O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguida, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:
NDFI = (VGs – (NPV + Solo)
(VGs +NPV+Solo)
Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:
VGs = Vegetação/(1- Sombra)
O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.
A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinas de degradação.
O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.
O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2013 a dezembro de 2014.
Notas
Equipe Responsável
Coordenação Geral: Carlos Souza Jr. e Adalberto Veríssimo (Imazon)
Coordenação Técnica: Antônio Fonseca
Equipe: João Siqueira, Marcelo Justino e Dalton Cardoso (Interpretação de imagem), Kátia Pereira e Victor Lins (ImazonGeo), Bruno Oliveira (Comunicação)
Fonte de Dados
As estatísticas de desmatamento são geradas a partir dos dados do SAD (Imazon);
Dados do INPE – Desmatamento (PRODES)
http://www.obt.inpe.br/prodes/
Agradecimento
Google Earth Engine Team
http://earthengine.google.org/
Apoio
ClimateWorks através da Climate Land Use Aliance (CLUA)
Fundação Gordon & Betty Moore
Estado de Meio Ambiente-SEMA-PA
Parcerias
Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA)
Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso (SEMA)
Ministério Público Federal do Pará
Ministério Público Estadual do Pará
Ministério Público Estadual de Roraima
Ministério Público Estadual do Amapá
Ministério Público Estadual de Mato Grosso
Instituto Centro de Vida (ICV- Mato Grosso)
This post was published on 27 de janeiro de 2015
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