Em maio de 2016, 34% da área florestal da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, uma cobertura inferior a de maio de 2015 (39%). Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (70%) e Roraima (61%). No período analisado, e sob essas condições de nuvem, foram detectados pelo SAD 474 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Isso representa um aumento de 22% em relação a maio de 2015 quando o desmatamento somou 388 quilômetros quadrados.
Em maio de 2016, o desmatamento concentrou no Amazonas (37%), Rondônia (22%), Pará (21%) e Mato Grosso (15%), com menor ocorrência em Roraima (3%), Tocantins (1%) e Acre (1%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 1.959 quilômetros quadrados em maio de 2016. Em relação a maio de 2015 houve um aumento de 5.785%, quando a degradação florestal somou 33 quilômetros quadrados.
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativos do solo) atingiu 474 quilômetros quadrados em maio de 2016 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2014 a maio de 2016 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal em maio de 2016 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Em maio de 2016, o desmatamento concentrou no Amazonas (37%), Rondônia (22%), Pará (21%) e Mato Grosso (15%), com menor ocorrência em Roraima (3%), Tocantins (1%) e Acre (1%) (Figura 3).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2015 a maio de 2016, correspondendo aos dez primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 2.068 quilômetros quadrados. Houve redução de 10% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2014 a maio de 2015) quando atingiu 2.286 quilômetros quadrados.
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em maio de 2016 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando os dez primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2015 a maio de 2016), o Mato Grosso lidera o ranking com 35% do total desmatado no período. Em seguida aparece Pará (23%), Amazonas (20%) e Rondônia (17%). Em termos relativos, houve redução de 70% no Acre e 33% em Roraima.
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento acumulado com 716 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (472 quilômetros quadrados) e Amazonas (419 quilômetros quadrados) (Tabela 1).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2014 a maio de 2015 e agosto de 2015 a maio de 2016 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em maio de 2016, o SAD registrou 1.959 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a grande maioria (91%) ocorreu no Pará, seguido por Rondônia (4%), Mato Grosso (4%) e Amazonas (1%).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2014 a maio de 2016 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2014 a maio de 2015 e agosto de 2015 a maio de 2016 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em maio de 2016, a maioria (62%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Unidades de Conservação (26%), Assentamentos de Reforma Agrária (11%) e Terras Indígenas (1%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em maio de 2016 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
O SAD registrou 53 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em maio de 2016 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PA Rio Juma (Apuí; Amazonas), PAE Aripuanã-Guariba (Novo Aripuanã; Amazonas) e PDS Terra Nossa (Altamira; Pará).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária desmatados em maio de 2016 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
No mês de maio de 2016, o SAD detectou 121 quilômetros quadrados de desmatamento nas Unidades de Conservação (Figura 6). No caso das Terras Indígenas, em maio de 2016 foram detectados 6 quilômetros quadrados de desmatamento (Figura 7).
Figura 6. Unidades de Conservação desmatadas na Amazônia Legal em maio de 2016 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 7. Terras Indígenas mais desmatadas na Amazônia Legal em maio de 2016 (Fonte: Imazon /SAD).
Em maio de 2016, os municípios mais desmatados foram: Lábrea (Amazonas) e Novo Aripuanã (Amazonas) (Figura 8 e 9).
Figura 8. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em maio de 2016 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 9. Municípios com maiores áreas desmatadas em maio de 2016 (Fonte: Imazon/SAD).
Em maio de 2016, foi possível monitorar com o SAD 66% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 34% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (70%) e Roraima (61%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em maio de 2016 podem estar subestimados (Figura 10).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 10. Área com nuvem e sombra em maio de 2016 na Amazônia Legal
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua o mesmo do SAD 2.0 como descrito abaixo.
O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguida, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:
NDFI = (VGs – (NPV + Solo)
(VGs +NPV+Solo)
Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:
VGs = Vegetação/(1- Sombra)
O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.
A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinais de degradação.
O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.
O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2014 a maio de 2016.
This post was published on 31 de agosto de 2016
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