Greenpeace Brazil conducted an aerial survey in southern Amazonas and northern Rondônia to monitor deforestation and fires in July 2024. With over 10,000 hotspots just this month, the country has set a record for fire activity in nearly twenty years in the Amazon. Forest fires and burns were also reported in Conservation Units and properties financed with rural credit. O Greenpeace Brasil realizou sobrevoo no sul do Amazonas e no norte de Rondônia para monitorar o desmatamento e queimadas em julho de 2024. Com mais de 10 mil focos somente neste mês, o país tem recorde de fogo para o período em quase vinte anos na Amazônia. Incêndio florestal e queimadas também foram registrados em Unidades de Conservação e propriedades financiadas com crédito rural.
Novembro teve alta de 41% nas áreas desmatadas e 84% nas degradadas
A Amazônia teve em novembro o sexto mês consecutivo de aumento tanto no desmatamento, que é a remoção completa da vegetação, quanto na degradação florestal, que é o dano causado pelo fogo ou pela extração madeireira. Segundo o monitoramento por imagens de satélite Imazon, as áreas desmatadas passaram de 116 km² em novembro de 2023 para 164 km² no mesmo mês neste ano, uma alta de 41%. Já a as florestas degradadas passaram de 1.566 km² para 2.882 km², 84% a mais.
Com isso, o desmatamento acumulado de janeiro a novembro de 2024 chegou aos 3.654 km², apenas 7% a menos do que no mesmo período do ano passado. Além disso, foi a 7ª maior área desde 2008, quando o Imazon implementou seu sistema de monitoramento.
Enquanto isso, por causa do aumento expressivo nas queimadas, a degradação acumulada de janeiro a novembro de 2024 chegou aos 35.751 km², área sete vezes maior do que a registrada no mesmo período do ano anterior e a pior desde 2009. Já em comparação com o desmatamento registrado no período, a degradação foi quase 10 vezes maior.
“Esses aumentos consectivos mostram a necessidade de ações de prevenção mais efetivas tanto em relação ao desmatamento quanto à degradação. E principalmente a partir de maio, quando as chuvas na Amazônia deverão reduzir”, alerta o pesquisador do Imazon Carlos Souza Jr.
Sede da próxima Conferência do Clima das Nações Unidas, a COP 30, o Pará liderou tanto o raking de desmatamento quanto o de degradação em novembro. O estado desmatou 95 km² de florestas (58% do detectado na Amazônia) e degradou 1.118 km² (39% do registrado na região).
Dos 10 municípios com as maiores áreas desmatadas em novembro, nove ficam no Pará: Uruará, Medicilândia, Pacajá, Portel, Prainha, Amajari, Placas, Nova Canaã do Norte, Porto de Moz e Monte Alegre. Além disso, o estado também tem nove assentamentos entre os 10 mais destruídos: Nova União, Surubim, Ouro Branco, Paraíso do Norte, Serra Azul, Paraíso, Ademir Fredericce, Renascer II e São Sebastião do Tutuí.
Estado | Desmatamento em novembro 2023 (km²) | Desmatamento em novembro 2024 (km²) | Variação |
Pará | 37 | 95 | 157% |
Mato Grosso | 18 | 23 | 28% |
Roraima | 19 | 21 | 11% |
Amazonas | 14 | 8 | -43% |
Maranhão | 9 | 7 | -22% |
Acre | 10 | 6 | -40% |
Rondônia | 7 | 2 | -71% |
Amapá | – | 1 | – |
Tocantins | 2 | 1 | -50% |
Amazônia | 116 | 164 | 41% |
Em segundo lugar nos rankings de desmatamento e de degradação em novembro está Mato Grosso. O estado desmatou 23 km² de florestas (14% do detectado na Amazônia) e degradou 737 km² (26% do registrado na região). Em solo matogrossense, o destaque negativo foi para o município de Nova Canaã do Norte, o único fora do Pará no ranking dos 10 com as maiores áreas desmatadas.
Estado | Degradação em novembro 2023 (km²) | Degradação em novembro 2024 (km²) | Variação |
Pará | 1.093 | 1.118 | 2% |
Mato Grosso | 94 | 737 | 684% |
Rondônia | 67 | 545 | 713% |
Maranhão | 188 | 272 | 45% |
Amazonas | 121 | 152 | 26% |
Amapá | 1 | 30 | 2.900% |
Tocantins | – | 25 | – |
Roraima | – | 2 | – |
Acre | 2 | 1 | -50% |
Amazônia | 1.566 | 2.882 | 84% |
Especificamente em relação à degradação dentro de unidades de conservação, o destaque negativo foi para Rondônia, que possui quatro dos 10 territórios mais degradados em novembro nessa categoria. Juntos, eles somaram 274 km² de florestas degradadas, o que equivale a quase mil campos de futebol por dia.
Unidade de Conservação | Estado | Degradação em novembro 2024 (km²) |
Resex do Rio Cautário | RO | 130 |
Parna Serra da Cutia | RO | 114 |
Rebio do Gurupi | MA | 42 |
Resex do Rio Pacaás Novos | RO | 22 |
Resex Riozinho do Anfrísio | PA | 20 |
Resex do Rio Cajari | AP | 18 |
FES do Paru | PA | 15 |
Resex Verde para Sempre | PA | 9 |
Resex Barreiro das Antas | RO | 8 |
APA Upaon-Açu/Miritiba/Alto Preguiças | MA | 8 |
Já entre as terras indígenas, a mais degradada em novembro foi a Alto Rio Guamá, no Pará. Somente esse território teve 192 km² afetados pelo dano ambiental, o equivalente a 640 campos de futebol por dia.
Terra Indígena | Estado | Degradação em novembro 2024 (km²) |
Alto Rio Guamá | PA | 192 |
Menkragnoti | PA/MT | 128 |
Pacaás-Novas | RO | 111 |
Rio Guaporé | RO | 101 |
Alto Turiaçu | MA | 98 |
Aripuanã | RO/MT | 89 |
Nambiquara | MT | 31 |
Apinayé | TO | 25 |
Araribóia | MA | 24 |
Kayabi | PA/MT | 23 |
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This post was published on 19 de dezembro de 2024
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