Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anos

facebook - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anosfacebook - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anoslinkedin - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anoslinkedin - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anoswhatsapp - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anoswhatsapp - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anosx - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anosx - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anosa2a - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anosa2a - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anos

Apenas em agosto, foram derrubados 1.415 km². Além disso, a degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas queimadas cresceu 54 vezes

 

Queimada registrada em 27 de julho de 2022 em Porto Velho Rondonia. Monitoramento de Desmatamento e Queimadas na Amazonia em 2022 Christian Braga Greenpeace - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anosQueimada registrada em 27 de julho de 2022 em Porto Velho Rondonia. Monitoramento de Desmatamento e Queimadas na Amazonia em 2022 Christian Braga Greenpeace - Desmatamento na Amazônia chega a quase 8 mil km² em 2022, pior acumulado em 15 anos
Sobrevoo do Greenpeace em julho mostrou queimada em Rondônia (Foto: Christian Braga/Greenpeace)

 

O desmatamento acumulado na Amazônia já chegou a quase 8 mil km² apenas em oito meses, sendo o maior dos últimos 15 anos. Segundo dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), somente em agosto foram derrubados 1.415 km² de floresta, uma área quatro vezes maior do que Belo Horizonte.

Outro problema foi a degradação florestal causada pela extração de madeira e pelas queimadas, que cresceu 54 vezes na região em relação ao mesmo mês do ano passado. A área degradada passou de 18 km² em agosto de 2021 para 976 km² em agosto de 2022, uma alta de 5.322%.

Além de ameaçar diretamente a vida de povos e comunidades tradicionais e causar perdas na biodiversidade, esse aumento na destruição também afeta a camada de ozônio e contribui para o aquecimento global em um momento de emergência climática. Por isso, neste Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, é importante olhar para a floresta em pé como uma das soluções para proteger as populações das consequências desse desequilíbrio do clima, entre elas a maior frequência e intensidade de eventos extremos como secas e tempestades.

“Já passamos da metade do ano e o que vem acontecendo são recorrentes recordes negativos de devastação da Amazônia, com o aumento no desmatamento e na degradação florestal. E infelizmente temos visto ações insuficientes para combater esse problema”, lamenta a pesquisadora Bianca Santos, do Imazon.

 

 

Monitoramento da degradação pode ajudar no combate ao desmatamento

O instituto classifica como desmatamento quando a vegetação foi totalmente removida, o chamado “corte raso”, e como degradação florestal quando parte da mata foi retirada por causa da extração de madeira ou afetada pelo fogo. Por isso, é comum que uma área classificada como degradada seja posteriormente desmatada.

“Em muitos casos de áreas que sofrem degradação florestal por exploração madeireira, após a retirada total das espécies de valor comercial, é feita a remoção completa das árvores para destinar aquela área a outros tipos de uso, como por exemplo a agropecuária ou até para a especulação imobiliária, no caso da grilagem”, explica Bianca.

É por isso que monitorar também a degradação, e não apenas o desmatamento, é muito importante para a Amazônia. “Se os órgãos ambientais agirem para proteger as áreas degradadas recentemente, podem evitar que elas sejam desmatadas nos meses seguintes”, completa a pesquisadora.

Pará lidera no desmatamento e Mato Grosso na degradação

Apesar da área destruída na Amazônia em agosto deste ano ter sido 12% menor do que no mesmo mês de 2021, quando foram desmatados 1.606 km², Bianca alerta que é extremamente cedo para comemorar. Isso porque a devastação de 2022 foi a terceira pior para o mês de agosto desde 2008, quando o instituto implantou seu Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD). O segundo pior ano foi 2020, quando 1.499 km² de floresta foram postos abaixo.

 

Os estados que mais desmataram em agosto foram Pará (647 km²), Amazonas (289 km²) e Acre (173 km²), que registraram respectivamente 46%, 20% e 12% de toda a derrubada na Amazônia.

“Nesses três estados, assim como nos outros que compõem a região, estamos identificando o avanço do desmatamento nas florestas públicas não destinadas. São áreas pertencentes aos governos dos estados ou federal que ainda não tiveram um uso definido, cuja prioridade estabelecida em lei é para a criação de novas áreas protegidas, como terras indígenas ou quilombolas e unidades de conservação. Porém, por essa falta de destinação, essas terras acabam sendo as preferidas dos grileiros, que as invadem com a expectativa de obter a posse”, afirma a pesquisadora.

Já o estado que teve a maior área de floresta degradada em agosto foi Mato Grosso (657 km²), o que representa 67% do registrado em toda a Amazônia. Pará (240 km²) e Acre (28 km²) ficaram em segundo e em terceiro, com respectivamente 25% e 3% das áreas degradadas na região.

Clique aqui para ver todos os dados de agosto
Saiba mais sobre o SAD aqui

This post was published on 16 de setembro de 2022

Notícias recentes

Pesquisadores do Imazon apresentam estudos no Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto

Trabalhos falam sobre seca, queimadas e degradação e fortalecem a proteção da Amazônia Pesquisadoras e…

29 de abril de 2025

Desmatamento aumenta 18% de agosto a março na Amazônia

Período se refere aos primeiros oito meses do chamado “calendário do desmatamento”, que vai de…

25 de abril de 2025

APA Jará terá trilha ecológica e turismo de base comunitária

Um dos objetivos da iniciativa é gerar renda de forma sustentável para as comunidades relacionadas…

14 de abril de 2025

Inscrições para a etapa presencial do Trilhas da Cobertura Climática já estão abertas

Compreender o cenário de mudanças climáticas para criar conteúdos contextualizados e aprofundados. É o propósito…

12 de abril de 2025

ATL 2025: terras indígenas registram apenas 3% do desmatamento nos últimos 13 anos

  A 21º edição do Acampamento Terra Livre (ATL), maior encontro de mobilização indígena do…

9 de abril de 2025

Moradores da Flota de Faro soltam mais de mil quelônios na natureza

Após meses de cuidados, os animais tiveram seu primeiro contato com as águas da área…

7 de abril de 2025