De janeiro a novembro de 2021, a Amazônia perdeu 10.222 km² de floresta, área equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo. Esse é o maior acumulado dos últimos 10 anos para o período, sendo 31% superior do que o registrado no ano passado. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), que monitora a região por meio de imagens de satélites.
Apenas em novembro, uma área de 480 km² foi desmatada na Amazônia, o que corresponde ao território de Porto Alegre. Com isso, 2021 teve o segundo pior novembro da década, atrás apenas de 2020, quando 484 km² de floresta foram destruídos no mês.
“As consequências do aumento do desmatamento observado neste ano são inúmeras, entre elas a intensificação do aquecimento global, a alteração do regime de chuvas e a perda da biodiversidade. Além disso, a destruição da floresta também ameaça a sobrevivência de povos e comunidades tradicionais, como indígenas, quilombolas e extrativistas”, alerta a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
Para reduzir esse ritmo de devastação, de acordo com a especialista, é preciso intensificar as ações de fiscalização e punição dos responsáveis pelo desmatamento ilegal, principalmente nas áreas críticas. “É necessário também embargar as atividades que estão ocorrendo em locais desmatados ilegalmente”, completa.
Apenas três dos nove estados da Amazônia Legal foram responsáveis por 80% do desmatamento na região em novembro: Pará, Mato Grosso e Rondônia. O caso mais grave é do Pará, estado que lidera o ranking de destruição da floresta há sete meses consecutivos, que registrou apenas em novembro 290 km² de devastação.
Isso representa 60% da área desmatada na Amazônia no mês e é 26% maior do que o detectado em solo paraense em novembro do ano passado. Além disso, 16 dos 20 municípios e assentamentos que mais destruíram a floresta no mês ficam no Pará, o que alerta para a necessidade de ações de combate mais efetivas no estado.
Já Mato Grosso e Rondônia foram responsáveis, respectivamente, por 54 km² (11%) e 42 km² (9%) do desmatamento registrado na região em novembro. Esses dois estados também possuem cinco das 20 áreas protegidas que mais sofreram com a devastação da floresta, sendo duas unidades de conservação e três terras indígenas. São elas: Esec de Samuel (RO), Resex Jaci Paraná (RO), TI Karipuna (RO), TI Menkü (MT) e TI Rio Guaporé (RO).
Monitoramento da Amazônia – O Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon, é uma ferramenta que utiliza imagens de satélites (incluindo radar) para monitorar a floresta. Além do SAD, existem outras plataformas que vigiam a Amazônia: Deter, do Inpe, e o GLAD, da Universidade de Maryland. Todas são importantes para a proteção ambiental, pois garantem a vigilância da floresta e a emissão de alertas dos locais onde há registro de desmatamento. Os dados fornecidos ajudam os órgãos de controle a planejarem operações de fiscalização e identificarem desmatadores ilegais.
This post was published on 20 de dezembro de 2021
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