Por Heron Martins – Pesquisador do Imazon
As Terras Indígenas (TI) exercem duas grandes funções. A primeira é garantir aos povos indígenas o acesso a suas terras ancestrais e, com isso, permitir que preservem sua cultura e estilo de vida. A segunda é conservar a floresta, uma vez que essa categoria de área protegida é a mais eficiente nessa conservação (http://bit.ly/2Qdzq9s), pois os próprios índios fazem o papel de fiscais da floresta.
Essa capacidade de proteção pode ser constatada quando analisamos a situação da Terra Indígena Parakanã e da Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, ambas localizadas no sul do Pará. A cobertura florestal da TI Parakanã ainda se mantém conservada mesmo com a forte ocupação no entorno, já praticamente todo desmatado. Já a APA Triunfo do Xingu, uma categoria de área protegida que permite a existência de fazendas para criação de gado, possui mais de 60% de seu território desmatado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe).
A análise desses dois casos acima deixa claro que uma política de flexibilização de acesso e exploração das Terras Indígenas por não indígenas poderia causar graves impactos não somente aos povos tradicionais que habitam essas áreas protegidas, mas também às suas florestas ainda conservadas.
This post was published on 11 de fevereiro de 2019
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