No terceiro dia da Semana do Meio Ambiente, iniciada no domingo, 5, coordenada pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), prefeitos, secretários municipais de Meio Ambiente e dirigentes estaduais e federais da área ambiental deram enfoque à discussão do Programa Estadual Municípios Verdes.

Na apresentação das palestras desta terça-feira, 7, a Secretária de Estado de Meio Ambiente, Teresa Cativo, recepcionou a todos destacando o papel do órgão ambiental estadual, que dentre outras ações, visa incentivar os produtores dos municípios paraenses a virem para a legalidade. Uma das ferramentas que torna essa tarefa possível é a adesão deles ao Programa Municípios Verdes.

“A Sema quer trazer para a legalidade aqueles que estão em situação ilegal não por dolo ou má fé, mas por desorientação. Nós temos observado que temos que agir em duas frentes: descentralização e sustentabilidade. Nós temos enfrentado problemas sérios de ilegalidade em alguns municípios, e nós não os escutamos, e entramos e tiramos o sistema do ar e não damos condições ao município de licenciar o que é local, e depois mandamos a fiscalização para lá. Mas, temos que trabalhar de outra forma, que é oferecendo condições para a sustentabilidade local, e faremos isso conversando com cada prefeitura para saber o que o município pode fazer”, declarou a titular da Sema.

O prefeito de Paragominas, Adnan Demachki, também falou ao público presente sobre os desafios e oportunidades para os que aderirem ao Programa Municípios Verdes. Como pioneiro desse processo de mudança da economia local, o dirigente de Paragominas destacou que os ganhos são em todas as áreas, e não só na economia. “O município passa a ser visto com outros olhos por empreendedores. No caso de Paragominas, nossa cidade passou a ser extremamente limpa, e não é mérito da prefeitura, mas da própria população, que não suja”, relatou. Demachki disse ainda que o primeiro passo para essas conquistas é a descentralização. “É fundamental a transferência da gestão ambiental. Paragominas, por exemplo, tem uma estrutura na Secretaria de Meio Ambiente pequena, mas coesa”, incentivou.

Mauro Lúcio de Castro, presidente do Sindicato Rural de Paragominas (SSPRP), falou da importância do Cadastro Ambiental Rural (CAR) para os produtores rurais. “Com essa ferramenta, o produtor consegue informações consolidadas da situação ambiental de sua propriedade. Quais as áreas que têm aptidão para a agricultura, pecuária, onde estão as Reservas Legais (RL) e as Áreas de Proteção Permanente (APP).

Castro lembrou que o Pará possui 67% de floresta em seu território e que isso o coloca na condição de maior ativo ambiental do planeta. “Todos nós, produtores, temos a opção de fazer a coisa bem feita. Precisamos parar de enxergar que a nossa reserva é um ônus e estabelecer atitudes que possam dar suporte à nossa produção. A ideia é diversificar nosso negócio e permitir que possamos embutir em nossos produtos o rótulo da biodiversidade. Hoje, o mercado é rigoroso. O cliente exige da empresa comprometimento com a natureza. Nossos produtos só serão vendidos se não forem associados ao desmatamento e o produtor que não se adequar será expurgado do mercado”, sentenciou.

Mauro expôs um mapa detalhado do município de Paragominas e revelou as causas do sucesso contra o desmatamento, empreendimento que motivou o Programa Municípios Verdes. Falou ainda da importância da Semana do Meio Ambiente na conscientização do produtor rural. “É a primeira vez em que participo e achei que foi muito oportuno para esclarecer e mostrar aos demais produtores as vantagens de estar aqui, entendendo que é possível transformar áreas de preservação antes consideradas um ônus em bônus”, disse.

A tecnologia pode ser uma aliada ao meio ambiente, segundo Carlos Souza Jr, do Instituto do Meio Ambiente e Homem e da Amazônia (Imazon). Para Carlos, o auxílio de satélites é essencial na revelação de atos ilícitos. “Com o boletim de monitoramento, conseguimos detectar desmatamento e degradações ambientais”. Ressaltou ainda a parceria do instituto com a Sema. “Emitimos um boletim de risco e combinamos esses dados com os do Sistema Integrado de Monitoramento e Licenciamento Ambiental (Simlam) e com o Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora) para verificar quem está cumprindo as normas ambientais e quem está na ilegalidade”, explicou.

Fonte- Agência Pará


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