Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentável

facebook - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávelfacebook - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávellinkedin - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávellinkedin - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávelwhatsapp - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávelwhatsapp - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávelx - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávelx - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávela2a - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentávela2a - Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentável

Veríssimo, Beto; Brito, Brenda; Gandour, Clarissa; Santos, Daniel; Chiaveri, Joana; Assunção, Juliano; Lima, Manuele; Barreto, Paulo; Coslovsky, Salo. Amazônia 2030: bases para o desenvolvimento sustentável. Belém, PA: Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia, 2023.

PREFÁCIO

A Amazônia é hoje a primeira lembrança que vem à mente quando se fala em Brasil no exterior. Virou o nosso cartão postal. Mas não o cartão que algum dia tivemos com o futebol ou com o Rio de Janeiro, linda e charmosa capital de outrora. A selva ocupada por povos ancestrais, reserva natural do planeta, virou um espaço crescentemente desmatado, ocupado em parte por madeireiros e mineradores ilegais que deixam para trás um rastro de mercúrio nas águas, terras degradadas e crimes. Num momento em que crescem os riscos ligados ao aquecimento global, o que deveria ser um ativo do Brasil passou a ser um vergonhoso passivo reputacional e econômico.

Mas agora, após um período de trevas, os ventos estão virando para a Amazônia. Vem, portanto, em boa hora o extraordinário projeto Amazônia 2030, que tenho acompanhando com entusiasmo e admiração desde o início. O projeto apresenta uma estratégia completa e coerente de desenvolvimento regional, sem a qual não haverá chance de sucesso.

O trabalho foi produto do esforço de dezenas de especialistas, organizados de acordo com as mais relevantes áreas de impacto social, econômico e ambiental. Essa ênfase multidisciplinar é crucial. Os desafios vão muito além do desmatamento e começam com o futuro dos 28 milhões de habitantes da região. A ideia é ao mesmo tempo melhorar a qualidade de vida das pessoas e reflorestar a região. Reflorestar, como parte da imprescindível resposta ao desafio da mudança climática. Será algo possível a um custo razoável? Sim, pois, como demonstra o estudo, resta ainda um enorme espaço para aumentar a produção agrícola e pecuária da região sem derrubar mais uma árvore sequer.

Decorre daí que a busca de mais e melhores empregos passa necessariamente pela criação de oportunidades urbanas ou que respeitem o imperativo existencial da preservação. Se é difícil achar caminhos para o Brasil em áreas onde os limites de ocupação são mais flexíveis, imaginem em um espaço onde a logística é limitada pela preservação.

Mas não se desesperem. Como apresentado neste livro, existem boas propostas e soluções.

As terras desmatadas oferecem as maiores oportunidades. Dentre elas, destacam-se opções de manejo sustentável da floresta a partir de seus produtos, o restauro, a pecuária produtiva e a agricultura moderna. O desmatamento já atinge a marca de 21% da floresta, tendo na última década revertido uma tendência de queda e se acelerado, especialmente nos últimos três anos. Felizmente, o reflorestamento ecológico já demonstra que pode ser economicamente viável. A restauração natural vem também ocorrendo em escala maior do que se imagina, e reforça a tese de que a floresta em crescimento tem valor, e a floresta de pé, também. Os mecanismos para a viabilização econômica e financeira dessas atividades estão sendo desenvolvidos, em paralelo aos esforços globais de coordenação a partir das metas de redução de emissões de carbono definidas para 2050.

Contudo, existem inúmeros riscos, também objetos de discussão. Me chama a atenção que 29% da Amazônia permaneça sem direitos de propriedade definidos. Outro problema extremamente complicado é o crescimento da violência e do crime organizado na região. As estatísticas de homicídios já superam com folga a média nacional, com tendência a piorar. Claramente será necessário reforçar a presença do Estado na região em todas as suas frentes de atuação.

Este livro mostra o tamanho do desafio que terá de ser enfrentado, mas mostra também que é possível virar o jogo. Sua publicação visa contribuir para um debate esclarecido sobre a região, a partir de uma estratégia que merece ser considerada.

Armínio Fraga
Setembro de 2023

Baixe aqui o livro completo

This post was published on 9 de novembro de 2023

Notícias recentes

Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) – Março de 2025

Amorim, L., Ferreira, R., Dias, M., Souza Jr., C., & Veríssimo, A. Sistema de Alerta…

25 de abril de 2025

A Vocação da Restauração Florestal na Amazônia com Base na Vegetação Secundária

Título A Vocação da Restauração Florestal na Amazônia com Base na Vegetação Secundária Autores Jayne…

30 de março de 2025

Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) – Fevereiro de 2025

Amorim, L., Ferreira, R., Dias, M., Souza Jr., C., & Veríssimo, A. Sistema de Alerta…

27 de março de 2025

Lições da Expansão da Pecuária Bovina no Brasil (2000-2023) para uma Produção Sustentável e Eficiente

Título Lições da Expansão da Pecuária Bovina no Brasil (2000-2023) para uma Produção Sustentável e…

13 de março de 2025

Explosive growth of secondary roads is linked to widespread tropical deforestation

Título Explosive growth of secondary roads is linked to widespread tropical deforestation Autores Jayden E.…

7 de março de 2025

Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) – Janeiro de 2025

Amorim, L., Ferreira, R., Dias, M., Souza Jr., C., & Veríssimo, A. Sistema de Alerta…

21 de fevereiro de 2025