Resumo
Em janeiro de 2015, metade (50%) da área florestal da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, uma cobertura inferior a de janeiro de 2014 (58%), mas que se distribuiu em grande proporção em regiões importantes da Amazônia, como os estados do Pará e Amazonas, o que reduziu a capacidade de detecção do desmatamento e da degradação florestal na região. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (89%), Acre (71%) e Roraima (62%). No período analisado, e sob essas condições de nuvem, foram detectados pelo SAD 288 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Isso representa um aumento de 169% em relação a janeiro de 2014 quando o desmatamento somou 107 quilômetros quadrados.
Em janeiro de 2015, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (75%) e Pará (20%), com menor ocorrência em Rondônia (2%), Amazonas (1%), Tocantins (1%) e Roraima (1%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 389 quilômetros quadrados em janeiro de 2015. Em relação a janeiro de 2014 houve um aumento de 1.116%, quando a degradação florestal somou 32 quilômetros quadrados.
Estatística de Desmatamento
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativos do solo) atingiu 288 quilômetros quadrados em janeiro de 2015 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2013 a janeiro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal em janeiro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Em janeiro de 2015, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (75%) e Pará (20%), com menor ocorrência em Rondônia (2%), Amazonas (1%), Tocantins (1%) e Roraima (1%) (Figura 3).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2014 a janeiro de 2015, correspondendo aos seis primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 1.660 quilômetros quadrados. Houve aumento de 213% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2013 a janeiro de 2014) quando atingiu 531 quilômetros quadrados.
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em janeiro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando os seis primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2013 a janeiro de 2015), o Mato Grosso lidera o ranking com 35% do total desmatado no período. Em seguida aparece Pará (26%) e Rondônia (20%). Em termos relativos, houve aumento expressivo de 665% em Mato Grosso e 241% no Pará.
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento acumulado com 579 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (427 quilômetros quadrados) e Rondônia (340 quilômetros quadrados) (Tabela 1).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2013 a janeiro de 2014 e agosto de 2014 a janeiro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Degradação Florestal
Em janeiro de 2015, o SAD registrou 389 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Toda a degradação florestal detectada este mês está presente no Estado do Mato Grosso.
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2013 a janeiro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2013 a janeiro de 2014 e agosto de 2014 a janeiro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Geografia do Desmatamento
Em janeiro de 2015, a maioria (80%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (12%), Unidades de Conservação (7%) e Terras Indígenas (1%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em janeiro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Assentamentos de Reforma Agrária
O SAD registrou 33 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em janeiro de 2015 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PA Cruzeiro do Norte (Ribeirão Cascalheira; Mato Grosso), PA Tigabi (Brasnorte; Mato Grosso) e PDS Bordolândia (Serra Nova Dourada; Mato Grosso).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária desmatados em janeiro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Áreas Protegidas
No mês de janeiro de 2015, o SAD detectou 19 quilômetros quadrados de desmatamento nas Unidades de Conservação (Figura 6). No caso das Terras Indígenas, em janeiro de 2015 foram detectados 5 quilômetros quadrados de desmatamento na TI Enawenê Nawê (Mato Grosso) e TI Urubu Branco (Mato Grosso)
Figura 6. Unidades de Conservação desmatadas na Amazônia Legal em janeiro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Municípios Críticos
Em janeiro de 2015, os municípios mais desmatados foram: Feliz Natal (Mato Grosso) e Altamira (Pará) (Figura 7 e 8).
Figura 7. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em janeiro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 8. Municípios com maiores áreas desmatadas em janeiro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Cobertura de Nuvem e Sombra
Em janeiro de 2015, foi possível monitorar com o SAD metade (50%) da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 50% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (89%) e Acre (71%), além de importantes regiões da Amazônia, como os estados do Pará e Amazonas terem apresentado grandes percentuais de nuvens em seus territórios. Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em janeiro de 2015 podem estar subestimados (Figura 9).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 9. Área com nuvem e sombra em janeiro de 2015 na Amazônia Legal.
SAD-EE
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
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