Boletim do Desmatamento (SAD) (Setembro de 2012)

RESUMO

Em setembro de 2012, o SAD detectou 431 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Esse valor foi 154% maior do que o desmatamento detectado em setembro de 2011. Desse total, a maioria (68%) ocorreu no Pará e o restante no Mato Grosso (14%), Rondônia (12%, Amazonas (3%) e Tocantins (2%). Entre os municípios o desmatamento foi mais concentrado em Altamira (PA) e Cumaru do Norte (PA)

O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a setembro de 2012, correspondendo aos dois primeiros meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 663 quilômetros quadrados. Houve aumento de 62% em relação ao ano anterior (agosto de 2011 a setembro de 2011) quando o desmatamento somou 410 quilômetros quadrados.

As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 283 quilômetros quadrados em setembro de 2012. Em relação a setembro de 2011 houve uma redução de 57% quando a degradação florestal somou 658 quilômetros quadrados. A maioria (52%) ocorreu no Mato Grosso seguido pelo Pará (45%), e o restante no Amazonas e Rondônia.

A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2012 a setembro de 2012 totalizou 343 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2011 a setembro de 2011) houve redução de 57%% quando a degradação florestal somou 789 quilômetros quadrados.

Em setembro de 2012, o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu 6,7 milhões de toneladas de carbono (com margem de erro de 505 mil toneladas) o equivalente a 24,7 milhões de toneladas de CO2 equivalente.

Em setembro de 2012, a cobertura de nuvens foi reduzida e com isso foi possível monitorar 80% da Amazônia Legal.

ESTATÍSTICA DE DESMATAMENTO

De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, o desmatamento (supressão total da floresta com exposição do solo) em setembro de 2012 na Amazônia Legal atingiu 431 quilômetros quadrados (Figura1 e Figura 2). Isso foi equivalente a um aumento de 154% em relação ao desmatamento detectado em setembro de 2011 (170 quilômetros quadrados).

 

O desmatamento acumulado no período de agosto de 2012 a setembro de 2012[1], correspondendo aos dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 663 quilômetros quadrados. Houve aumento de 62% do desmatamento em relação período anterior (agosto de 2011 a setembro de 2011) quando atingiu 410 quilômetros quadrados.

Em setembro de 2012, o Pará liderou com 68% do desmatamento, seguido por MatoGrosso (14%), Rondônia (12%), Amazonas (3%) e Tocantins (2%) (Figura 3).

 

Considerando os dois primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2012 a setembro de 2012), Pará lidera o ranking com 62% do total desmatado no período. Em seguida aparece Mato Grosso com 16%, seguido por Rondônia (13%), Amazonas (7%) e por último Tocantins (1%). Esses quatros estados foram responsáveis por 100% do desmatamento ocorrido na Amazônia Legal nesse período.

Houve aumento de 62% no desmatamento ocorrido em agosto de 2012 a setembro de 2012 quando comparado com o período anterior (agosto de 2011 a setembro de 2011) (Tabela 1). Em termos relativos, houve aumento de 568% em Tocantins, 109% no Pará, 62% no Mato Grosso e 30% no Amazonas. Por outro lado, houve redução de 100% em Roraima e 92% no Acre.

Em termos absolutos, Pará lidera o ranking do desmatamento acumulado com 411 quilômetros quadrados, seguido por Mato Grosso (105 quilômetros quadrados), Rondônia (87quilômetros quadrados), Amazonas (49 quilômetros quadrados), Tocantins (10 quilômetros quadrados) e Acre (1 quilômetro quadrado).

 

[1] O calendário oficial de medição do desmatamento tem início no mês de agosto e término no mês de julho.

DEGRADAÇÃO FLORESTAL

Em setembro de 2012, o SAD registrou 283 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a maioria (52%) ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Pará (45%), Rondônia (2%) e 1% no Amazonas.

 

A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2012 a setembro de 2012[1] (dois primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento), atingiu 343 quilômetros quadrados. Isso representa uma redução de 57% na degradação florestal acumulada nesse período (agosto de 2012 a setembro de 2012) em relação ao mesmo período anterior (agosto de 2011 a setembro de 2011) quando a degradação florestal somou 789quilômetros quadrados (Tabela 2).

O Acre apresentou uma redução de 100% da degradação florestal entre agosto de 2012 a setembro de 2012 comparado com agosto de 2011 a setembro de 2011. Em Rondônia a redução foi de 75 e 75% no Amazonas seguido do Mato Grosso com queda de 72%.

Mato Grosso lidera o ranking da degradação florestal com 49% do total no período de agosto de 2012 a setembro de 2012. Em seguida aparece Pará com 47%. Esses dois Estados foram responsáveis por 96% da degradação florestal na Amazônia Legal durante esse período. O restante (4%) ocorreu em Rondônia e Amazonas.

Em termos absolutos, o Mato Grosso também lidera o ranking da degradação florestal acumulada com 167 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (162quilômetros quadrados), Rondônia (10quilômetros quadrados) e Amazonas (4quilômetros quadrados).

 

[1] O calendário oficial de medição do desmatamento tem início no mês de agosto e término no mês de julho.

CARBONO COMPROMETIDO PELO DESMATAMENTO

Em setembro de 2012, os 431 quilômetros quadrados de desmatamento detectados pelo SAD na Amazônia Legal comprometeram 7 milhões de toneladas (com margem de erro de 505 mil toneladas) de carbono. Essa quantidade de carbono comprometida resulta em 25 milhões de toneladas de CO2 equivalente (Figura 6).

O carbono florestal comprometido pelo desmatamento no período de agosto de 2012 a setembro de 2012 (dois primeiros meses do atual calendário de desmatamento) foi de 8 milhões de toneladas (com margem de erro de 273 mil toneladas), o que representou cerca de 30 milhões de toneladas de C02 equivalente (Figura 6). Em relação ao mesmo período do ano anterior (agosto de 2011 a setembro de 2011) houve um aumento de 25% na quantidade de carbono comprometido pelo desmatamento.

 

GEOGRAFIA DO DESMATAMENTO

Em relação a situação fundiária, em setembro de 2012, a maioria (68%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (15%), Unidades de Conservação (11,5%) e Terras Indígenas (5,5%) (Tabela 3).

 

ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA

O SAD registrou 23 quilômetros quadrados nos Assentamentos de Reforma Agrária durante setembro de 2012. Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram Mãe Maninha (Altamira; Pará), Vida Nova II (Peixoto Azevedo; Mato Grosso), e Esperança (Altamira; Pará). (Figura 7).

 

ÁREAS PROTEGIDAS

O SAD detectou 50 quilômetros quadrados de desmatamento em Unidade de Conservação (Figura 8). As Unidades de Conservação que sofreram mais desmatamento foram a Flona de Altamira (Pará), Flona do Jamanxim (Pará) e Florsu Mutum (Rondônia). No caso das Terras Indígenas, em setembro de 2012 foi detectado menos de 23 quilômetro quadrado. As Terras Indígenas desmatadas foram Cachoeira Seca do Iriri (Pará), Kayapó (Pará) e Menkragnoti (Pará) (Figura 9).

 

MUNICÍPIOS CRÍTICOS

Em setembro de 2012, os municípios mais desmatados foram: Altamira (Pará), Cumaru do Norte (Pará) e Placas (Pará) (Figura 10 e 11).

 

COBERTURA DE NUVEM E SOMBRA

Em setembro de 2012, foi possível monitorar com o SAD 80% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 20% do território estavam cobertos por nuvens o que dificultou o monitoramento principalmente no Amapá que apresentou 39% da área florestal coberto por nuvens (Figura 12).

* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.

 

GOOGLE SAD-EE

Desde junho de 2012 a detecção de alertas desmatamento e de degradação florestal vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD, com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.

NOTAS

Equipe Responsável:

Coordenação Geral: Antônio Fonseca, Heron Martins, Carlos Souza Jr, e Adalberto Veríssimo (Imazon)

Equipe: Marcio Sales (Modelagem e estatística), Rodney Salomão, Amintas Brandão Jr. (Geoprocessamento), João Siqueira, Marcelo Justino e Júlia Ribeiro (Intrepretação de imagem), Kátia Pereira e Victor Lins (ImazonGeo) e Bruno Oliveira e Stefânia Costa (Comunicação)

Fonte de Dados:

As estatísticas de desmatamento são geradas a partir dos dados do SAD (Imazon) e dados do INPE – Desmatamento (PRODES)

Agradecimento:

Google Earth Engine Team http://earthengine.google.org/

Apoio:

ClimateWorks através da Climate Land Use Aliance (CLUA), Fundação Gordon & Betty Moore, Fundo Vale e Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA-PA).

Parcerias:

Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA), Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso (SEMA), Secretaria de Meio Ambiente do Pará (SEMA), Ministério Público Federal do Pará, Ministério Público Estadual do Pará, Ministério Público Estadual de Roraima, Ministério Público Estadual do Amapá, Ministério Público Estadual de Mato Grosso E Instituto Centro de Vida (ICV- Mato Grosso).

This post was published on 18 de outubro de 2012

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imazon

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